Goiana ganha mais uma fonte de informação alternativa, onde poderá ser debatido as problemáticas que cercam nossa cidade, afim de se trabalhar o pensamento crítico.
Por Guilherme Souza
Você teria sete minutos para ouvir a palavra da Cultura? Pois bem, Goiana acaba de ganhar mais um veículo de comunicação para espalhar o saber cultural e pertinências políticas: se trata do Podcast Sete Minutos, idealizado e apresentado pelo pesquisador e professor de história goianense Borges de Fraga.
Para quem ainda não está familiarizado, podcast se trata de uma ferramenta digital do marketing comunicativo que consiste na realização de programas de áudio. Funciona basicamente como uma estação de rádio, mas não ao vivo. Os programas ficam disponíveis nas plataformas de streaming (Spotify e Deezer são alguns exemplos mais conhecidos) para o consumidor ouvir quando e onde quiser. Os temas são os mais variados possíveis, indo desde educação até o entretenimento, o importante é encontrar um direcionamento e criar conteúdo de forma atrativa para que a informação seja mais divulgada. O podcast tem se tornado cada vez mais popular pela praticidade que dispõe, tanto para quem cria, como para quem consome, tornando o compartilhamento de informações mais democrático, e melhor ainda, de graça.
Goiana então é o ambiente propicio para o surgimento de podcasts. Rica em história, cultura e arte, a cidade pode ter tantos podcasts quanto barbearias, farmácias, igrejas evangélicas e clinicas odontológicas, como vemos por aí em cada rua. E o melhor, é que assunto é o que não falta. Percebendo essa possibilidade, é que Borges resolveu usar dessa importante ferramenta de comunicação para propagar conhecimento e colocar em evidência um olhar histórico que foge do senso comum, e tem a liberdade para ser mais profundo, sem as amarras burocráticas e políticas das rádios da cidade.
A ideia surgiu ano passado no início da pandemia do coronavírus e tinha uma temática bem diferente da do presente: ele queria abordar fatos exclusivamente históricos, sendo o primeiro deles a pandemia da cólera, mas que não foi para frente, segundo ele, devido a sua grande complexidade que demandava muito tempo de produção, um trabalho extenso praticamente de nível acadêmico. Contudo, diante da necessidade recorrente de se manter produtivo durante a quarentena, a ideia continuou, só que com outra abordagem, dessa vez mais direta e compacta, de fácil absorção.
Borges explica qual a intenção do seu podcast:
“Eu resolvi fazer um podcast sendo mais curto e que pudesse ser sobretudo, compartilhado pelo Whatsapp, porque na minha concepção, atingiria um público mais vasto. E para ser veiculado no Whatsapp, você precisa de um tempo pequeno. Então, eu resolvi fazer um podcast de cinco minutos, mas achei pouco. Depois pensei em dez minutos, achei muito. Portanto, veio o sete. São sete dias da semana, sete notas musicais, sete cores do arco-íris. É uma extensão de tempo concisa, acho que dá para falar muita coisa nesse espaço de sete minutos.
A proposta do 7 Minutos é conversar sobre diversas coisas que englobem história, política, cultura… falar sobre um universo social, digamos assim. Nesse primeiro momento, o podcast tem uma série sobre música independente. Entrevistei uma galera que tá relacionada direta ou indiretamente com a música independente de Goiana. Mas, no decorrer da história, a gente quer falar sobre diversas outras coisas, o que for de interesse público, sempre trazendo pessoas que estão fazendo alguma ação nesse sentido, seja político, histórico, econômico, social, estaremos falando.”
O podcast vem tornando a busca por informação mais democrática, possibilitando que qualquer pessoa fale sobre o que quiser, além de poder ser ouvido de acordo com a disponibilidade e comodidade do ouvinte. Por outro lado, pode acabar tomando um rumo irresponsável, caso os fatos abordados não sejam devidamente apurados e acabem se convertendo em mera reprodução de achismos e opiniões descabidas. Goiana precisa de um veículo de comunicação social alternativo e independente de politicagem que amplifique a voz dos fazedores, produtores, artistas, técnicos e agitadores culturais da cidade, homens e mulheres que estão na batalha por um reconhecimento digno de seu trabalho artístico autoral há muito tempo e possuem uma expertise que só tem a agregar conhecimento no setor cultural da cidade – que é totalmente capaz de aquecer a economia do munícipio – mas para tal feito é preciso organização e consciência, como bem define Borges:
“Temos uma precariedade estrutural sobretudo na comunicação social relacionada a cultura. Acho que estratégia que temos sempre de levar em consideração é o desenvolvimento do Sistema Municipal de Cultura em Goiana, que já foi aprovado pela Câmara em 2015, é o projeto 014/2015 e que nele se propõe a criação de um conselho eleito paritariamente pela população civil e pelo governo. É um conselho que vai chamar a conferencia municipal de cultura, isto é, chamar todos os fazedores de cultura e discutir sobre vários assuntos, sobretudo, a construção de um plano que tenha metas, objetivos, diretrizes e que tenha uma temporalidade, que na maioria dos casos são dez anos. Isto dá a cultura a possibilidade de se discutir a longo prazo políticas e ações independentemente de certos governos e além disso, a gerência do fundo que é uma parte da receita anual municipal para o desenvolvimento de atividades culturais. Essa é a nossa pauta, a nossa militância, precisa a gente agir para que essas prerrogativas sejam atendidas, tanto na perspectiva de colocar em prática a Lei Nº 2.300/2015. Isso daria um ganho imenso para a cultura popular em Goiana e colocar a cidade como referência no que diz respeito às políticas públicas no Brasil.”
Você pode conferir o documento da Lei Nº 2.300/2015 que dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura aqui:
Portanto, Goiana ganha mais uma fonte de informação alternativa e o mais importante, de confiança, onde poderá ser debatido as problemáticas que cercam nossa cidade, afim de se trabalhar o pensamento crítico.
SALVE A MÍDIA INDEPENDENTE!
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