#TBTACIDADE Quem não comunica se trumbica!

Relembre a matéria do Jornal “A Cidade” publicada no dia 16 a 30 de Novembro de 2007

Matéria veiculada no JORNAL A CIDADE – 16 A 30 DE NOVEMBRO DE 2007

JORNAL A CIDADE – 16 a 30 de novembro de 2007
Caderno de Cultura – Sessão Alto Falante – Luiz Duarte

Goiana é uma cidade que tem uma forte ligação com a história da comunicação. Por isso mesmo, um lugar acostumado à informação e à rapidez com que ela é propagada, seja pelos jornais que por aqui circulam ou pelas rádios locais – os mais rápidos meios de informação e os que têm maior alcance, além de possuírem uma programação de 24 horas no ar. Então, não é desprezível o poder que essas ferramentas possuem no papel de formar opinião, confrontar ideias, trazer entretenimento e interação efetiva com a comunidade. E neste último quesito, as rádios locais o fazem muito bem.

Diariamente programas ao vivo flagram e denunciam as mazelas que acometem nossa cidade, permitindo ao cidadão o direito de expressar as suas opiniões e questionamentos sobre os mais variados temas. Se quisermos propagar ideias e inaugurarmos um novo tempo para a cultura, a educação e a cidadania do nosso povo, estamos muito bem equipados com três rádios e dois jornais impressos.

Contudo, as emissoras locais, apesar de terem uma identificação popular, ainda não investem na produção cultural goianense. Se na sua grade de programação fosse inserida com ênfase a cultura local, sem a pressa de uma resposta rápida dos seus ouvintes, gradativamente criaríamos um mercado que valorizaria a nossa cultura. Ora, o povo para se entender cidadão consciente de seu papel, precisa também assimilar sua identidade e isso se faz valorizando a produção desenvolvida no município. Pois só assim o que é a aldeia passa a ter um caráter universal; a estética que se tem aqui não se tem em nenhum outro lugar, isso é uma particularidade e um diferencial.

Embora algumas iniciativas genuínas tenham ocorrido, por razões comerciais naufragaram. Foi o caso do programa vinculado à Rádio Comunitária Boas Novas FM, intitulado Balacubaco, que visava trazer para os ouvintes a música de Goiana e Pernambuco. Mas, infelizmente teve uma vida curta. As emissoras comerciais também divulgam alguns artistas da cena local, porém, estes são esmagados pelo apelo comercial dos artistas da moda, que representam o interesse de poderosas gravadoras e esquemas do show business.

Temos a consciência de que uma rádio possui sua necessidade de patrocínio comercial, para continuar em atividade. Porém, é possível a construção de um equilíbrio baseado no caminho do meio. Ou, talvez, tenhamos que buscar inspiração no movimento deflagrado na Europa, durante a década de setenta, chamado “Rádios Livres”, que não tinham fins comerciais, nem lucrativos e visavam difundir a liberdade de expressão e a cultura. Este movimento deu origem às rádios comunitárias de hoje.

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