Por Luiz Duarte. Jornal A Cidade, 01 a 15 de Setembro de 2007
O cavalo-marinho é uma das manifestações culturais mais
interessantes que ocorre na Zona da Mata Norte, não só por sua
diversidade de influências, mas pelo caráter lúdico e de ligação
com as comunidades, e representa bem o amalgama formador da
nossa cultura.
A “brincadeira” é caracterizada pela dança apresentando um
conjunto sofisticado de passos, uma bela encenação teatral com os
brincantes fantasiados que interpretam dezenas de personagens,
fazendo suas evoluções através do ritmo da percussão e das
melodias da rabeca, um dos instrumentos que compõem o banco,
Essa herança cultural está em vias de extinção, apesar de algumas
pessoas ligadas a cultura local terem se juntado ao mestre Preá
(antigo folgazão e profundo conhecedor do assunto), com a
intenção de aprender e somar forças com o mestre para
imortalizar o Cavalo-Marinho.
Contudo, depois de várias sambadas e apresentações realizadas
pelo grupo na comunidade do bairro da Nova Goiana (onde
acontecem 80% das manifestações da cultura popular) e em
projetos culturais como o Alafiá e o Silêncio Interrompido, os
integrantes do “Cavalo-Marinho Mestre Preá” ressentiram-se do
pouco apoio das instituições governamentais e privadas. O que é
lamentável, pois a desagregação desse pessoal pode acelerar o
processo de desaparecimento da “manifestação” que, por
enquanto, em nossa cidade, está guardado na oralidade de seus
brincantes.
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