Por Cristina França

Na revolucionária terra goianense
Neste ano tão non sense
Festejam-se 200 anos de um grupo
Libertário e consciente

Temos um secretário
Aí nascido e criado
Claramente muito esclarecido
E homem bem viajado

O gajo lembra Lisboa
Foi à Cuba comunista
Cita Roma tão benquista
Ao Coliseu loas entoa

Diz que no mundo civilizado
Cultura e Agricultura são subsidiadas
Pois a fome da alma mata
E as tripas acalma

Ora pois que maravilha
Seria Goiana a tal ilha
Temos tal inteligência
Não pediremos mais clemência

Mas, ai de nós
Acima dele há o prefeito
Homem de bem há pouco eleito
À Cultura pouco afeito

Estamos sem Conselho
Sem Programa e sem Fundo
Não somos civilizados
Interpretando o secretário entrevistado

Que dor na terra libertária
Que horizonte de grande batalha
O secretário em luta sanguinária
O prefeito na trincheira encalha

Entre os quinze ninguém fala
A Casa de Abreu se cala
Aprova migalhas na sala
E a rua esquece que nem mala

Duzentos anos de Junta
Duzentos de luta
Do povo e sua cultura
Goiana, quem está a tua altura?