JAPOMIM – A Coletânea Musical dos Artistas de Goiana da década de 90

Um grande projeto multicultural, com artistas e bandas de todos os ritmos, do Forró ao Rock, que valorizou a música autoral da cidade.

Goiana sempre foi um efervescente caldeirão cultural com os mais diversos estilos musicais convivendo em harmonia. Um Festival de Férias com uma banda de Rock e um grupo de Coco compartilhando o mesmo palco no Polytheama? Sim, aqui é possível.

Mas foi lá nos anos 90 que o vereador Gildeon Anselmo, percebendo a variedade musical da cidade, teve a iniciativa de reunir artistas solos e bandas para compor a coletânea Japomim.
A produção ficou a cargo do cantor Eduardo Veloso, pioneiro na batalha pelo reconhecimento dos músicos goianenses e um dos que mais acreditaram nessa iniciativa. A mixagem e a masterização foram feitas no estúdio Revelação, em Recife e outros goianenses se envolveram na produção, como José Torres, editor do extinto jornal “A Província”, e o fotógrafo Carmelo Oliveira do “Foto Fofoca”.

Gildeon soube valorizar todos os gêneros no cenário musical da época: desde o forró estilizado das bandas Forró Fogoso e Forró Livre, a MPB de Sílvia Fidélis e Jór Santana, o baião de Nado e Rita de Cássia, o xote de Ferreirinha, o pagode da Aconchego, o romântico-brega de Gilvan Nogueira, a trabalhada valsa de Josielson Roque e até o Rock pesado da Datiloscopia. Essa salada tornou a coletânea um rico e importante registro cultural da cidade.

Em uma entrevista realizada em maio de 1997 para “A Província”, Eduardo Veloso ressaltou que o músico goianense estava aprendendo que desunião não é bom para ninguém, enquanto Gildeon não descartava a produção de outro CD, lamentando que muita gente boa havia ficado de fora.
Lançado no dia 15 de junho de 97, há pouco mais de 20 anos, a coletânea Japomim é um marco para a história musical de Goiana, levando em consideração as problemáticas de gravação e produção da época, e que iniciativas multiculturais do tipo também não eram tão comuns.

Passado esse tempo, Goiana vive o progresso tecnológico que auxilia músicos na produção de seus trabalhos e mostram sua arte para além da cidade, onde a população muitas vezes não dá o devido reconhecimento. Entretanto, uma coisa é fato: já está mais do que na hora de Goiana receber uma nova coletânea musical, porque mais do que nunca seus artistas estiveram tão variados, talentosos e conectados com o próprio tempo, acompanhando as tendências, mas respeitando as raízes.

Escrito por Guilherme Souza

YouTube video
  1. ADOREI O BLOG O QUE DIZ RESPEITO AO POVO DE GOIANA EU ME AFINO COM VOCÊS, SOU FILHO DE PAIS PERNAMBUCANOS MEU PAI ERA DE GOIANA E MINHA MÃE DE CAVALEIROS. MEU PRIMO É O ROSILDO OLIVEIRA.

    Comentário por LOURENÇO FARIAS MOLLA em maio 18, 2020 as 2:25 pm
  2. Que bom que gostou do site. Continue acompanhando as nossas matérias. Abraço.

    Comentário por matagoiana em junho 5, 2020 as 1:40 am